Salmo de Lamentos
ou súplicas. Hoje compartilho o salmo de número cento e dois. Léo Lima.
“Ó Senhor,
ouve a minha oração e escuta o meu grito pedindo socorro! Não te escondas de
mim quando estou aflito. Ouve-me quando eu te chamar e responde depressa. A
minha vida está desaparecendo como fumaça, e o meu corpo queima como se
estivesse no fogo. Estou acabado como a grama que foi cortada e pisada; não
tenho nem vontade de comer. Fico gemendo alto; sou apenas pele e osso. Sou como
um pássaro em lugares desertos, como uma coruja numa casa abandonada. Não
consigo dormir; sou como um pássaro solitário em cima do telhado. Os meus
inimigos me insultam o dia todo; aqueles que zombam de mim usam o meu nome para
rogar pragas. Por causa da tua ira e do teu furor, as cinzas são a minha
comida, e as lágrimas se misturam com a minha bebida. Tu me pegaste e me
jogaste fora. A minha vida é como as sombras do anoitecer; vou secando como o
capim. Mas tu, ó Senhor Deus, és Rei para sempre; todas as gerações futuras
lembrarão de ti. Tu te levantarás e terás pena de Jerusalém. Já é hora de teres
compaixão dela, a hora certa já chegou. Ainda que ela esteja destruída, os teus
servos a amam; eles têm compaixão dela, embora esteja arrasada. As nações
temerão o Senhor; todos os reis do mundo temerão o seu poder. Quando o Senhor tornar
a construir Jerusalém, ele mostrará a sua glória. Ele ouvirá o seu povo abandonado
e escutará a sua oração. Que isso fique escrito para que os nossos descendentes
saibam o que o Senhor Deus fez e para que o louvem aqueles que ainda vão
nascer! Do seu lugar santo, nas alturas, o Senhor olhou; do céu ele olhou para
a terra a fim de ouvir os gemidos dos prisioneiros e libertar os que tinham
sido condenados à morte. Por isso, o Senhor Deus será louvado em Jerusalém, e a
sua fama será anunciada ali quando as nações e os reinos se reunirem para
adorá-lo. Ainda sou moço, mas Deus me tirou as forças e encurtou a minha vida. Ó
meu Deus, tu que vives para sempre, não me leves agora, antes que eu envelheça!
No começo, criaste a terra e, com as tuas próprias mãos, fizeste o céu. A terra
e o céu vão acabar, mas tu viverás para sempre. A terra e o céu se gastarão
como roupas. Tu os trocarás como se troca de roupa, e eles serão jogados fora.
Mas tu és sempre o mesmo, e a tua vida não tem fim. Os nossos filhos viverão em
segurança, e os seus descendentes terão sempre a tua proteção”.
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