Salmo de Lamentos
ou súplicas. Hoje compartilho o salmo de número cento e nove. Léo Lima.
“Eu te louvo, ó Deus. Não fiques assim silencioso. Os maus e os
mentirosos falam contra mim e me caluniam. Eles dizem coisas terríveis a meu
respeito e me atacam sem motivo nenhum. Eles me acusam, embora eu os ame e
tenha orado por eles. Eles pagam o bem com o mal e o amor, com o ódio. Ó Deus,
escolhe um juiz corrupto para julgar o meu inimigo, e que o seu acusador seja
um dos seus inimigos! Quando for julgado, que ele seja condenado! Que até a sua
oração seja considerada como pecado! Que o meu inimigo morra logo, e que outra
pessoa faça o trabalho que ele fazia! Que os seus filhos fiquem órfãos, e que a
sua mulher fique viúva! Que os seus filhos fiquem sem lar e sejam mendigos! Que
sejam expulsos das casas em ruínas, onde moram! Que tudo o que o meu inimigo
tem seja tomado como pagamento das suas dívidas! E que estranhos fiquem com o
que ele conseguiu com o seu esforço! Que ninguém seja bom para ele, e que não
haja quem cuide dos seus filhos órfãos! Que todos os seus descendentes morram
logo, e que o seu nome seja esquecido em pouco tempo! Que o Senhor Deus nunca
esqueça dos pecados da sua mãe e sempre lembre da maldade dos seus antepassados!
Que o Senhor lembre sempre dos pecados deles, porém que eles mesmos sejam
completamente esquecidos! Pois esse homem nunca pensou em fazer o bem, mas
perseguiu e matou o pobre, o necessitado e o desamparado. Ele gostava de
amaldiçoar: que a maldição caia sobre ele! Ele não gostava de abençoar: que
ninguém o abençoe! Para ele, era tão fácil amaldiçoar como se vestir. Que as
suas maldições entrem nele como água e cheguem até os seus ossos como azeite! Que
as maldições nunca o larguem! Que seja como a roupa que o cobre e como o cinto
que ele usa! Ó Senhor Deus, paga assim aos meus inimigos e aos que falam mal de
mim! Mas, quanto a mim, ó Senhor, meu Deus, ajuda-me como prometeste e
livra-me, pois és bom e amoroso! Eu sou pobre e necessitado; estou ferido no
fundo do coração. Vou me acabando como a sombra do anoitecer; sou levado pelo
vento como se eu fosse um inseto. De tanto eu jejuar, os meus joelhos tremem, e
o meu corpo é pele e osso. Quando os outros me vêem, caçoam de mim e, zombando,
balançam a cabeça. Ajuda-me, ó Senhor, meu Deus! Salva-me por causa do amor que
tens por mim. Que os meus inimigos fiquem sabendo que és tu que me salvas!
Eles podem me amaldiçoar, mas tu me abençoarás. Que os meus perseguidores sejam
derrotados, e que eu, que sou teu servo, fique alegre! Que sobre os meus
inimigos caia a desgraça, e que a humilhação os cubra como roupa! Em voz alta,
darei graças a Deus, o Senhor; eu o louvarei na reunião do povo porque ele
defende o pobre para salvá-lo daqueles que o condenam à morte”.